Parece paradoxal, não é verdade? Em pleno reino do soft proprietário, o ex-presidente Lula é convidado para dar uma palestra em um fórum de líderes, organizado pela Microsoft, como defensor confesso de soft livre, opção que lutou para implantar em seu governo, contrapondo-se exatamente aos interesses da empresa no Brasil. Não parece, e não é, contraditório, pois, a Microsoft tem suas razões para não hostilizar lideranças em um mercado tão promissor como o da América Latina.
Quarta-feira, o presidente Lula estará em Washington, como o principal palestrante no "Forum de Líderes do Setor Público da América Latina e Caribe - Inspirando a Próxima Geração de Líderes Governamentais", organizado pela maior empresa de software do mundo: a Microsoft.
A empresa capitula às políticas de Lula, pois ele sempre foi defensor e incentivador do software livre, inclusive implantando como política pública em seu governo, contra os interesses da Microsoft.
Mesmo tendo interesses comerciais inimigos do software livre, a empresa não rasga dinheiro, e prefere contratar Lula como inspirador da próxima geração de líderes governamentais, porque se contratasse, por exemplo, tucanos que incentivaram o software proprietário da empresa, como FHC ou o ex-governador José Serra, o efeito seria negativo para a própria empresa.
Publicado originalmente em Coluna do Leitor
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